quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"Experiência"

Minh'alma ergueu-se e declamou: - «Reviva,
«Mais uma vez, o meu Desejo! Quero,
«No fim dos fins, donde já nada espero,
«Cantar a derradeira tentativa!

«Por quanto longo tempo andei cativa
«Dum sonho ou doutro, e qual mais doce ou fero...!
«Ganho enfim o sereno desespero:
«Só de si própria a minha sede viva!»

Assim minh'alma declamou. Julgava
Que era a única vez que assim falava...
E outra vez ébria, inda outra vez partia.

- Vai, frio manto de brocado gasto,
Vai atrás dela, pérfido, e de rasto,
Meu sinistro sorriso de ironia!


"Biografia", José Régio

Andreia Pimenta

Para nunca mais

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"E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre. E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais."

"Morreste-me",
José Luís Peixoto

Laura Marques

O homem certo


" O homem certo não é aquele que te faz declarações e te dá flores, e te escreve do outro lado do mundo, e que te diz que és perfeita. O homem certo é o que quiser estar mesmo ao teu lado, incondicionalmente. O que gostar de ti sempre, que te acompanhe para o que der e vier. Não é o que olha todos os dias para ti e te diz que és linda e que és o amor da vida dele, mas alguém que olha por ti todos os dias."

"A alma de pássaro",
Margarida Rebelo Pinto

Rita Garcia

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O encontro



Uma leve brisa trespassa a minha face como um pássaro que se guia pela corrente do vento.
Sento-me neste banco de jardim claro e bonito, coloco a mala sob as minhas folhas, tiro o caderno verdejante, reluzente e uma caneta realmente elegante.
Começo a desenhar vogais e consoantes juntas com que depois acabei por formar palavras. Quando dei por mim, estava já escuro e frio.
Acabo a frase que escrevera, arrumo o caderno, levanto-me e começo a caminhar...
Já eu descia a rua, quando o nosso olhar se cruzou para além das nossas almas.
Caminhavas distraído e eu escutava os teus passos apressados, descendo a avenida onde nos tínhamos encontrado.
Chegada a casa, deitei-me sobre o edredon da cama, abri a mala e retirei de lá o meu caderno e a caneta.
Fiz, novamente, o que antes fizera no banco de jardim. Adormeci a escrever.
Quando acordei, o caderno estava aberto em cima da almofada e a caneta algures perdida no meio da cama.
Levantei-me, preparei-me e sai.
Era fim-de-semana.
Voltei a encontrar-te. Ganhei coragem e convidei-te para um café!
Apaixonei-me por ti logo que te vi e essa era a realidade... Um impulso assolava a minha reação que teimava em beijar-te, mas, controlei a minha sede de ti e tu aceitaste o meu convite.
Conversamos pela madrugada fora até que eu disse que se fazia tarde e seria melhor regressar a casa e tu levaste-me até à praia.
Sentámo-nos na areia húmida, testemunha da violência e bravura do mar, e observámos com atenção o nascer do sol sob as águas reluzentes do horizonte.
Abraçaste-me, e num longo e demorado beijo, lançaste-te ao meu coração como um vilão e roubaste-mo para sempre.
Deixaste-me sozinha por um instante e, quando me voltei, vinhas tu ao meu encontro.
Paraste de um grande coração desenhado na areia, ajoelhaste e, oferecendo-me uma bonita rosa encarnada, exclamaste ao meu ouvido: " Amo-te... Desde o primeiro dia em que te vi!".
E, presa nos teus braços firmes, como uma raiz agarrada à terra, não consegui libertar-me pois tu fazias questão em manter-me perto de ti.
Se me perguntarem se sou feliz, eu direi que sim porque me faltava algo para conseguir a felicidade... Já tinha família, amigos, mas... eras tu que faltavas!

" A minha vida segue, porque quem me coordena sou eu, mas quem prevalece no centro de todo o meu sentimento és tu!"

Mariana Cardoso



" O Trampolim do salto mortal para a segunda natureza"



"O pensamento humano e a humanidade não são uma e a mesma coisa. O pensamento humano leva sempre uma incomensurável dianteira à marcha geral da humanidade. O que o pensamento humano quer imediatamente são exemplos pessoais. A humanidade é apenas uma elemento, como a terra, a água, o ar e o fogo.
Há de facto diferença entre aqueles que têm capacidade para suportar sozinho o peso da atmosfera e aqueles que apenas ombro a ombro resistiriam ao quotidiano. O pensamento humano sabe que tem o poder da resistituir a alma aos apavorados."

José de Almada Negreiros,
- Nome de Guerra, Cap. LXII -



Andreia Pimenta


Tu e eu... Eu e tu...



"Somos o avesso um do outro. Quando duvidas, paras, e eu sigo em frente. Quando tens medo, eu tenho vontade; quando sonhas, eu pego nos teus sonhos e torno-os realidade, quando te entristeces, fechas-te numa concha e eu choro para o mundo; quando não sabes o que queres, esperas e eu escolho; quando alguém te empurra, tu foges e eu deixo-me ir.
Somos o avesso um do outro: iguais por fora, o contrário por dentro. Tu proteges-me, acalmas-me, ouves-me e ajudas-me a parar. Eu puxo por ti, sacudo-te e ajudo-te a avançar. Como duas metades teimosas, vivemos de costas voltadas um para o outro, eu sempre à espera que tu te vires e me abraces, e tu sempre à espera que a vida te traga um sinal, te aponte um caminho e escolha por ti o que não és capaz."

Margarida Rebelo Pinto
- Vou contar-te um segredo -


Rita Garcia

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O que somos um para o outro!



O teu corpo
deixa-me louca
o teu olhar
consegue hipnotizar-me
o teu sorriso
deixa-me corada
Mas...quando te ouço
a tua voz
deixa-me sem palavras
É como se fosse música
música que me acalma
Aí eu percebi
que tu és a melodia
que completa a minha letra
que tu e eu somos
só um
pode estar sol ou chuva
nós somos
a música que acalma a lua!

Bruna Pereira

"O regresso"

"Como quem, vindo de países distantes fora de
si, chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca."
Manuel António Pina
- Como se desenha uma casa -

Andreia Pimenta

Monstrinhos Felpudos


 Os gatos,oh que criaturas tão majestosas e adoráveis .
Monstrinhos que estragam sofás,cortinados , tudo que se localize a mais que dois metros do chão é um alvo a abater e tudo que emita calor é uma cama, mas é impossível  deixar de se gostar deles  , de os amar como membros da família.
Uns são solitários e não se dão com ninguém , outros são carentes por atenção e todo o mimo que o dono lhes puder oferecer. Fazem de tudo para nos impedir de jogar , ler , estudar , escrever para lhes darmos o miminho das 17,das 18 e das 19 e das 20…
Tal como os egípcios diziam , eles são uns deuses (Não é verdade, Manuel António Pina ? ). Não, não possuem nenhum poder divino, tirando o facto de conseguirem ter tudo aquilo que querem com o poder de um simples olhar ternurento!
Dito isto , passo a palavra aos seus gatos.
-Pai , vamos sentir saudades tuas, mas não fiques triste porque nós em alma estaremos sempre contigo.Miiiiiiiaaaaaau!!!!!!!



Rui Couto

Nunca Desistam!


A vida dá voltas e voltas e, por vezes, não é aquilo que nós esperamos. São-nos pregadas partidas que, às vezes, nos fazem pensar se a vida vale mesmo a pena.
Por muito que tentemos combater essas adversidades que nos aparecem, existe sempre uma queda, a vontade de desistir, a vontade de voltar ao passado e refazer os nossos passos.
Na minha opinião, o ser humano é muito mais forte do que aparenta ser e é por isso que é posto à prova vezes e vezes sem conta. Provas pequenas, provas grandes, que deixam marcas permanentes, que destroem crenças, memórias, projetos... Nós fomos feitos para lutar, para superarmos e para nos tornarmos ainda mais fortes.
A vida é lixada, mas acho que a felicidade advém da capacidade de darmos sempre a volta por cima e conseguirmos seguir em frente. Só a sensação que se sente quando se percebe que se conseguiu dar a volta por cima é fantástica!
Por isso hoje digo... Nunca desistam! Lutem sempre pela vossa felicidade e nunca se deixam abater pelas "pedras" que possam ser colocadas no vosso caminho. Cada "pedra" que conseguirem ultrapassar é mais um avanço para a vossa felicidade, é mais um avanço para a construção da vossa pessoa e da vossa fortaleza.

Nunca desistam!


Rita Garcia 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Mar



À minha frente vejo as ondas rebentarem umas atrás das outras, sinto o cheiro do mar e sinto o meu corpo a relaxar, a libertar-se do stress que nos últimos tempos me têm afetado. Fecho os olhos e penso como seria se eu fosse uma onda, como seria se eu vivesse no meio do vasto oceano que se estende à minha frente. Tento imaginar como seria viver sem contacto humano, sem a tecnologia, sem a rotina, sem o stress... Talvez tivesse a vida facilitada, talvez deixasse de ser "assaltada" por todos estes sentimentos, talvez tivesse paz...
Sozinha na praia deixo todas as minhas angústias e os meus medos virem ao de cima... Cai uma lágrima... E outra... E outra... Sinto-me leva a cada lágrima que deixo cair, a cada medo que vem ao de cima... Deixo que o mar puxe tudo aquilo que não quero ter comigo...
O mar... A areia... O som das ondas... O pôr do sol... Levanto-me e viro costas a tudo o que me deixa angustiada... O mar levou tudo...
Regresso à realidade e deixo um sorriso crescer na cara... Estou mais leve sem dúvida.

Rita Garcia

Do silêncio às cores.

O silêncio da escrita é o silêncio da alma e eu definho perante tal silêncio. Prefiro o caos do pensamento ao esfumar das ideias; a calúnia de frases mal escritas e raciocínios incompletos à hesitação da minha mão; mais que tudo, prefiro gritar na agonia das palavras que morrer no vazio de uma página em branco.
Porém, ainda assim, morri.


24 de Outubro de 2012 – 10:56
Hoje, renasci. Aos berros e encraves como uma criança, a minha alma retoma a mão que abandonara, deixando-a expectante de ordens e desordens de correntes disléxicas de pensamentos fragmentados, ainda em convalescença do choque de a alma nova e irrequieta não ter mantido a promessa de ficar e evoluir, antes fugir aos compromissos do cérebro e deixar o coração a sangrar emoções que afinal deveriam ser ideias. Mas como, se o coração apenas bate emoções? Ao cérebro com alma é que cabe o papel dessa façanha única!
Mas não interessa, não importa… não quero saber porque tu voltaste. Voltaste! É altura de nos unirmos e profanarmos o mundo correto com o nosso caos que, no final, é mais significativo para ele do que para nós.

Andreia Pimenta

Exclamação

Voai desejos (!)
Pois a felicidade vos delonga.
A espera terminou.
O caminho começou
numa esperança atribulada.

Depressa! Depressa!
O tempo não aguarda,
chegados ou não
vocês, desejos incertos,
em concretos se tornarão.

E mortais nascerão
ocultados em feitos.
E por isso repito:
Voai desejos, voai!

Andreia Pimenta

Achava...



Achava que tu eras daqueles que não preciso apagar, daquelas chamadas das quais jamais pensaria rejeitar, das mensagens com as quais, agora... sonho acordar!
Sim... Achava... Achava que o teu, o meu, o nosso olhar, dizia tudo, sem pronunciar.
Esses olhos... Que em pouco tempo me conquistaram, são também a minha lembrança, hoje... quando os meus insistem em chorar...
Esses lábios, que no meio de uma ciumeira, me arrancavam os melhores beijos... São também a razão pela qual, os meus secos, racharam...
Esse teu corpo, que permanecia junto ao meu... como se de um só corpo se tratasse... É a razão do meu frio esta noite...
Achava eu...
Que essas tuas palavras, em tempos... doces, jamais se iriam tornar hoje, na maior das minhas amarguras...
Achava sim, que o mundo... naquele exacto momento podia parar, porque eu não pedia mais nada...
Queria apenas ali ficar, deitada, contigo, a pensar que tu vias tudo isto nos meus olhos, sem eu precisar... alguma vez... de achar...

Laura Marques

Ainda não acabou



Conjugar o verbo "amar"?
Não tenho tanto para te dar.
Dizer-te tudo?
Ias fazer-te de surdo.

Fiz tudo por ti,
aceitei que não estavas aqui,
que ela ganhou,
apesar do que nos juntou.

Agora sei que errei
ao questionar o que sentia,
o que dizia,
e o que, por ti, lutei!

Patrícia Pinto

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Olá!

Neste dia chuvoso de Outubro, nós, uns aspirantes a escritores e uns amantes de literatura, decidimos dar a conhecer as nossas criações literárias e divulgar os grandes autores nacionais.
Somos alunos da Escola Secundária do Castêlo da Maia, do 11º ano de Literatura Portuguesa.
Esperamos que mostrem a vossa opinião e reação quanto às nossas criações e nos ajudem a divulgar este projeto.


Os alunos do 11ºF