quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Achava...



Achava que tu eras daqueles que não preciso apagar, daquelas chamadas das quais jamais pensaria rejeitar, das mensagens com as quais, agora... sonho acordar!
Sim... Achava... Achava que o teu, o meu, o nosso olhar, dizia tudo, sem pronunciar.
Esses olhos... Que em pouco tempo me conquistaram, são também a minha lembrança, hoje... quando os meus insistem em chorar...
Esses lábios, que no meio de uma ciumeira, me arrancavam os melhores beijos... São também a razão pela qual, os meus secos, racharam...
Esse teu corpo, que permanecia junto ao meu... como se de um só corpo se tratasse... É a razão do meu frio esta noite...
Achava eu...
Que essas tuas palavras, em tempos... doces, jamais se iriam tornar hoje, na maior das minhas amarguras...
Achava sim, que o mundo... naquele exacto momento podia parar, porque eu não pedia mais nada...
Queria apenas ali ficar, deitada, contigo, a pensar que tu vias tudo isto nos meus olhos, sem eu precisar... alguma vez... de achar...

Laura Marques

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