quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O encontro



Uma leve brisa trespassa a minha face como um pássaro que se guia pela corrente do vento.
Sento-me neste banco de jardim claro e bonito, coloco a mala sob as minhas folhas, tiro o caderno verdejante, reluzente e uma caneta realmente elegante.
Começo a desenhar vogais e consoantes juntas com que depois acabei por formar palavras. Quando dei por mim, estava já escuro e frio.
Acabo a frase que escrevera, arrumo o caderno, levanto-me e começo a caminhar...
Já eu descia a rua, quando o nosso olhar se cruzou para além das nossas almas.
Caminhavas distraído e eu escutava os teus passos apressados, descendo a avenida onde nos tínhamos encontrado.
Chegada a casa, deitei-me sobre o edredon da cama, abri a mala e retirei de lá o meu caderno e a caneta.
Fiz, novamente, o que antes fizera no banco de jardim. Adormeci a escrever.
Quando acordei, o caderno estava aberto em cima da almofada e a caneta algures perdida no meio da cama.
Levantei-me, preparei-me e sai.
Era fim-de-semana.
Voltei a encontrar-te. Ganhei coragem e convidei-te para um café!
Apaixonei-me por ti logo que te vi e essa era a realidade... Um impulso assolava a minha reação que teimava em beijar-te, mas, controlei a minha sede de ti e tu aceitaste o meu convite.
Conversamos pela madrugada fora até que eu disse que se fazia tarde e seria melhor regressar a casa e tu levaste-me até à praia.
Sentámo-nos na areia húmida, testemunha da violência e bravura do mar, e observámos com atenção o nascer do sol sob as águas reluzentes do horizonte.
Abraçaste-me, e num longo e demorado beijo, lançaste-te ao meu coração como um vilão e roubaste-mo para sempre.
Deixaste-me sozinha por um instante e, quando me voltei, vinhas tu ao meu encontro.
Paraste de um grande coração desenhado na areia, ajoelhaste e, oferecendo-me uma bonita rosa encarnada, exclamaste ao meu ouvido: " Amo-te... Desde o primeiro dia em que te vi!".
E, presa nos teus braços firmes, como uma raiz agarrada à terra, não consegui libertar-me pois tu fazias questão em manter-me perto de ti.
Se me perguntarem se sou feliz, eu direi que sim porque me faltava algo para conseguir a felicidade... Já tinha família, amigos, mas... eras tu que faltavas!

" A minha vida segue, porque quem me coordena sou eu, mas quem prevalece no centro de todo o meu sentimento és tu!"

Mariana Cardoso



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